sábado, 22 de maio de 2010

Sábado reflexivo


Nenhuma ficção me escapa, se próxima de mim. Aliás, escapam quando as considero chatas demais para ocupar meu tempo. 
A da vez, e não me orgulho de dizer isso, é Gossip Girl, O Início. Trazido pela minha irmã e arrebatado por mim assim que entrou no meu campo de visão, o livro é, indiscutilvemente, em todos os significados da palavra - se é que há mais de um - fútil. Fútil, tão fútil, que só me prende a atenção por reunir num só lugar tudo aquilo que detesto, e assim, me dando base para mais uma postagem. Ok, confesso que também porque adoro falar mal dos outros, mesmo personagens de ficção (por mais Gossip Girl que isso pareça).
As relações no livro são tão, por falta de expressão melhor, e muitas vezes literalmente, por baixo dos lençóis.
Algo que desde meus 14 anos defini que não queria para mim. Se gosto de alguém, eu digo. Se estou brava, eu digo. Se tenho ciúmes, se penso alguma coisa, eu digo. Se não gosto de alguém, me afasto. É simples, é claro.
É apenas questão de não esconder quem sou. Mas as pessoas no livro...
Enfim. Pouco depois dessa reflexão rápida, resolvi sair da minha vida de blogueira sedentária e fui correr no parque (não que Maeli, minha irmã e companhia tenha me permitido, porque ela não conseguia correr dois metros sem parar e eu precisava esperá-la).
A caminho de lá, como sempre, comecei a devanear no carro. 
Fico vendo as pessoas que tenho adicionadas no orkut. Tem um monte, entre homens e mulheres, que basta ver a foto do perfil para saber que, se tivessem um pouco mais de dinheiro - e arrisco, um pouco mais de classe - , não exitariam em viver no estilo GG. Umas garotas com cabelo alisado, tingido de loiro, peitos grandes e com letras de sertanejo no perfil. Uns garotos "muleke piranha", com fotos forçando músculos, ratos de academia, treinando o corpo ao invés do cérebro. Nos álbuns, fotos de festas, todos bêbados, todos causando.
E todos com muitos, muitos amigos, numa alegria infinita.
De novo, arrisco, aparentemente infinita.
Aí me olho, cabelos castanhos, peitos pequenos, sem beber, sem fumar, sem saber muito bem como agir no meio de várias pessoas. E espero, com um acervo cultural um pouco maior.
Confesso que várias vezes me peguei pensando em tingir o cabelo e viver a vida mais despreocupadamente. É terrível tentar fazer um pouco a diferença, e ver todos os olhares se voltarem para as aparências, e ficar de novo, a menina do cabelo castanho, ali no cantinho.
Rodrigo me deu uma injeção de ânimo esses tempos, quando comentava o quanto me sentia feia com meus cachos. Gravei só a parte que achei muito fofa: "Elen, cada uma das mechas tem sempre uma forma única. É uma beleza infinita, não sei porque as pessoas não percebem isso".
Algo assim. Eu adorei.
Entretanto, por vezes é difícil segurar a insegurança, mesmo desprezando todo esse mundo Gossip Girl sertanejo - ou funkeiro, ou família restart, ou qualquer um desses movimentos modistas sem letra nem melodia - .
Então hoje, quando cheguei no parque, finalmente coloquei fim das caraminholas. Vi uma cena tão bizarra, mas tão bizarra, que me senti a pessoa mais culta do mundo.
Um bando de menininhas de uns 14 anos, botinhas de cano curto, sainha e blusinha no mesmo estilo, como um uniforme, dançando algo no estilo Britney, misturado com Pool Dance (numas estruturas de madeira que servem para alongamento), enquanto dois meninos gravavam um vídeo.
So sexy, haha.
Gente, 17 horas da tarde. Parque lotado. E... isso!
Depois dessa decidi que estou muito bem, obrigada, com meu cabelo  bagunçado e meu cérebro felizmente um tantinho mais desenvolvido.

Beijosbeijos mil, Elen ;)

Ps - Decidi retirar a enquete. Quando tomei a decisão de criar um blog ao invés de um fotolog, foi porque queria ser reconhecida pelas minhas idéias e não pela minha aparência. Postando fotos isso perde o sentido, e, admito, eu ia me sentir muito egocêntrica.




Um comentário:

  1. Ai Elen, adorei seu post...é o tal do padrão neh.
    Quando olho pra esse tipo de pessoa não vejo um individuo singular, mas uma massa que se repete e se padroniza. Cabelos loiros(nada contra), alizados, roupinhas padrões...rizadinhas padrões...conversas fúteis...isso também me irrita, muito.
    Ouvi um pensamento esses dias que adorei: "A vida é como um tecido, tem várias linhas brancas, às vezes aparece uma linha roxinha que é pra dar vida à todo o resto. Porém, nem sempre é fácil ser o roxo"...
    Adorei o novo blog
    beijos

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